24 de Abril de 2014 às 13:27
A partir da próxima janela de transferências, a prioridade do Corinthians é contratar um meia que cumpre as funções de criação. A ideia é que o reforço ocupe a vaga de Renato Augusto, e não apenas o substitua em uma eventual ausência, como hoje fazem Petros e Danilo. Mas, o Corinthians não pretende abandonar Renato Augusto em um momento difícil As outras missões são um atacante para substituir Emerson Sheik e um zagueiro que consiga competir com Cleber e Gil por um lugar no time titular.
A busca por um meia tem ligação direta com Renato Augusto. Ele foi contratado por 3,5 milhões de euros (R$ 9,38 milhões na cotação da época) pela versatilidade que apresentava. Tite, em diferentes entrevistas, elogiou a capacidade do jogador em atuar nas três posições do meio-campo.
Quando pôde, Renato foi bem. Até a primeira lesão, no fim de março do ano passado, o meia era o destaque do time. Uma lesão muscular, mais de três meses fora e ele não demorou a recuperar a torcida. Em seu primeiro jogo após o retorno, fez o gol que deu a vitória ao Corinthians no primeiro jogo da Recopa, em um chute por cobertura.
Na partida seguinte, um choque contra um zagueiro do Bahia tirou Renato de mais alguns jogos. O meia chegou a jogar de máscara, passou mais algumas semanas em campo e parou de novo, dessa vez para um artroscopia em um dos joelhos. Dali até o fim do ano, o camisa 8 não voltaria mais a jogar bem.
Em 2014, nem mesmo a pré-temporada especial, que o liberou para ir ao gramado só em março, fez diferença. Renato Augusto passou um mês treinando como titular de Mano Menezes, que sonhava com um meio-campo com Ralf, Elias, Renato Augusto e Jadson. Na semana do primeiro jogo, o meia sentiu dores no joelho direito e não atuou.
'Frustrante', definiu o treinador. Renato tem uma inflamação no local e segue tratando à parte, mas seu histórico vem à memória. No fim do ano passado, o departamento médico constatou um desequilíbrio muscular entre os dois lados do corpo do meia, o que explicaria sua propensão às lesões. Um novo problema logo depois do tratamento especial é um golpe no lado psicológico do jogador.
'É claro que ele fica um pouco chateado. Ele é muito dedicado, está sempre trabalhando forte. Ele vinha de uma sequência muito boa de treinamentos e foi sentir o problema justamente na semana do jogo', lamentou Guilherme Runco, médico do clube, que não vê ligação entre o histórico de Renato e a lesão atual.
A dedicação de Renato Augusto é um consenso no Corinthians, só que a relação de custo-benefício está cada vez mais complicada. O meia ganha mais de R$ 400 mil por mês e pouco vai a campo. A insegurança sobre o futuro do atleta já ajudou o Corinthians a, por exemplo, renovar com Danilo, pelo medo de que faltasse um meia para assumir o lugar do camisa 8.
Agora, a ideia é trazer alguém que ocupe o lugar, e não apenas substituía Renato Augusto. Pela boa relação e por saber que trata-se de um talento, o Corinthians não pretende abandonar o jogador em um momento difícil, mas já duvida de que possa contar com ele para montar um time campeão.
Por tudo isso, Renato não só deve ganhar uma 'sombra' como também passará por uma mudança de status. No fim do ano passado, o Corinthians recebeu uma sondagem pelo meia e recusou negociá-lo. Hoje, ao contrário, a direção já estaria bem mais disposta a negociá-lo.