2 de nov. de 2010

Trio inédito de artilheiros empolga Corinthians para reta final



02 de novembro de 2010 • 09h12
Ronaldo comanda ataque de artilheiros do Corinthians
Os principais responsáveis pelos gols do Corinthians nos últimos dois jogarão juntos pela primeira vez quarta-feira, no Pacaembu, para o jogo contra o Avaí pelo Campeonato Brasileiro.

As lesões impediram que Dentinho (artilheiro da equipe em 2008), Ronaldo (2009) e Bruno César (líder na atual temporada) estivessem à disposição de Mano Menezes e Adilson Batista, antigos treinadores de 2010.

Com Tite, eles tornam-se as principais apostas de gols alvinegros na reta final da competição. Gols que, além de garantir a vitória - para tentar alcançar Fluminense e Cruzeiro, três pontos à frente -, podem servir para melhorar o saldo de gols, critério de desempate que pode decidir o título. No quesito, o Corinthians só perde para o Fluminense (15 contra 20 do rival).


"Vou voltar a fazer gols e dar alegrias à torcida para ajudar o Corinthians", disse Dentinho, que está recuperado após seguidas lesões musculares, em ambas as coxas.


Quando chegou ao clube, Tite não escondeu que a prioridade era arrumar o sistema defensivo. Nos últimos dois jogos (vitória por 1 a 0 sobre o Palmeiras, e empate por 1 a 1 com o Flamengo), apenas um gol sofrido.

No entanto, o Corinthians só fez dois gols (média de um por jogo). Com Adilson no comando, o Corinthians fez 32 gols em 17 partidas (média de 1,88). Já com Mano, foram 20 gols em 11 partidas (1,81).

Do trio, Bruno César é a sensação de gols do Corinthians no Brasileiro. Com 12, é o vice-artilheiro. Em um amistoso contra o Comercial, vitória por 6 a 0, ele marcou mais um. Mesmo contratado pelo clube apenas em maio, ele é o artilheiro da atual temporada.


Ronaldo tem nove gols em 2010, apenas três no Brasileiro. Mas foi em 2009 que brilhou: 23 gols em 38 partidas, sendo o artilheiro do time nas duas conquistas (Paulistão e Copa do Brasil) e no Nacional.

Dentinho, neste ano, também tem nove gols, mas ainda não desencantou neste Brasileirão. Em 2008, com 24 gols, ele foi o principal goleador no ano em que o Corinthians chegou à final da Copa do Brasil e conquistou a Série B. Com o novo trio de frente, Tite pode comemorar: vem gol por aí...



"Rivais não vão querer fazer corpo mole", diz Roberto Carlos



02 de novembro de 2010 • 09h13
Roberto Carlos espera que o Corinthians continue apresentando um bom futebol


Corinthianos festejando vitórias de São Paulo e Palmeiras? A cena, que outrora poderia parecer inimaginável, pode se repetir mais de uma vez nas rodadas derradeiras do Campeonato Brasileiro.

Tudo porque, a seis rodadas do fim do torneio, os dois rivais da capital paulista ainda terão Fluminense e Cruzeiro em seus confrontos restantes, justamente as duas equipes que brigam diretamente com o Corinthians pelo título.

A ocasião já ocorrera em 2009, quando o clube alvinegro, na época já sem pretensões na competição nacional, encarou o Flamengo, que disputava com o São Paulo o título.

A derrota corintiana gerou irritação dos cartolas são-paulinos, além de grande repercussão pela forma com que aconteceu. A cena que ficou marcada daquela partida é a do goleiro Felipe não pulando para tentar defender uma cobrança de pênalti para o time do Rio de Janeiro.

Sobre o assunto, o experiente jogador Roberto Carlos não vê uma possível "entrega" dos rivais São Paulo e Palmeiras nas partidas diante de Cruzeiro e Fluminense.


"Eles são profissionais e têm a obrigação de tentar algo em relação a eles próprios para ir à Libertadores. Não vão querer fazer corpo mole, nem nada, pois são jogadores de alto nível. Não vão querer dar motivo para crítica", afirmou o lateral-esquerdo Roberto Carlos, ressaltando a grande diferença entre as situações, já que tanto São Paulo quanto Palmeiras ainda possuem algumas aspirações no campeonato de 2010.


O Corinthians, a três pontos dos dois líderes, não depende apenas de suas forças para chegar à conquista do Brasileirão, o que torna bem-vinda a ajuda. Além disso, no próximo domingo, tem também o confronto contra o São Paulo, fundamental para as pretensões alvinegras.


"Acho que se nós fizermos nosso trabalho direitinho, temos tudo pra fazer bons jogos, para conseguir ultrapassar Fluminense, Cruzeiro", disse Roberto, confiante no futebol apresentado pelo Corinthians.




02/11/2010 11h23



Tite deixa planejamento de 2011 para a diretoria e foca na reta final


Técnico do Corinthians evita falar em contratações para a próxima temporada. Mas novo centroavante é uma das prioridades no elenco


Por Carlos Augusto Ferrari e Leandro Canônico
Tite está atento aos jogadores da base corintiana
Fim de temporada é época de movimentações no mercado. E no Corinthians não é diferente. Na reta final do Brasileiro, o Timão já convive com os comentários, ainda comedidos, sobre quem vai reforçar o elenco em 2011. Zagueiros, meias, atacantes? Quem vem? Para o técnico Tite, ainda não é hora de dar atenção a isso.


Pelo menos no seu caso. Focado nas seis rodadas que restam para o fim da competição, o técnico alvinegro evita comentar sobre especulações.

- O planejamento está sendo conduzido pela direção do Corinthians. E eles vão saber o que fazer em caso de título, em caso de Libertadores. Eu combinei com eles que vou cuidar do campo, desses seis jogos que nos faltam para tentar o título brasileiro – declarou o comandante da equipe corintiana.
Nos bastidores do Timão, porém, comenta-se que uma das prioridades do clube é a contratação de outro camisa 9, para substituir Ronaldo quando o craque não estiver em condições. Diante do nome de Alecsandro, do Inter, Tite se esquivou.- (risos) Eu não sei de nada. O que eu espero é que o William Morais estoure como fez no jogo da Sub-23 e nós nem precisemos pensar em outro atacante – disse.


William Morais é formado nas categorias de base do Corinthians e já integra o elenco de profissionais. No último fim de semana foi emprestado ao time de juniores, que disputa a Copa Sub-23. Na vitória por 4 a 1 sobre o Atlético-MG, nas semifinais, o atacante anotou dois gols e foi destaque.
Atacante iniciará nova etapa de recuperação. Clube usou equipe ideal apenas uma vez







02/11/2010 - 07h00


Corinthians sonha com volta de Jorge Henrique e uso de base completa no BR


Bruno Thadeu
Jorge Henrique era dado como descartado para esse ano, mas surpreendeu comissão técnica e departamento médico. Clinicamente curado de grave lesão muscular, o atacante iniciará nova etapa, desta vez nos campos. Caso supere a fase de recondicionamento físico sem apresentar dores, ele poderá ser utilizado para as rodadas finais do Brasileiro.


No entanto, o tempo é curto. O torneio se encerra em 5 de dezembro. São mais seis partidas. Para os jogos contra o Avaí (quarta) e São Paulo (dia 13), não há nenhuma possibilidade de retorno.


“O Jorge Henrique está acelerando. Clinicamente ele está bem, mas ainda não dá para fazer previsão de retorno. Falta o trabalho de recondicionamento físico. Se não houver nenhuma intercorrência nesse momento de recuperação [fibrose ou novas dores] ele pode retornar”, comunicou o médico do clube, Julio Stancati.


O camisa 23 corintiano sofreu ruptura do músculo da coxa no empate contra o Ceará, 2 a 2, no Pacaembu, em 2 de outubro.

Já houve cicatriação no local lesionado.
“Mais um dia de fisioterapia. Estou me sentindo bem melhor”, postou Jorge Henrique, na segunda. Em seu microblog.


O Corinthians sofreu com problemas de lesão no elenco. Neste Brasileiro, o time do Parque São Jorge só conseguiu usar uma vez sua base completa, justamente na estreia: triunfo contra o Atlético-PR, 2 a 1.


Desde então, praticamente todos os jogadores da equipe titular se ausentaram devido a lesões. Ronaldo e Dentinho foram os que mais desfalcaram o Corinthians.


Atualmente, além de Jorge Henrique, outros dois atletas do elenco seguem tratamento médico: Souza e Paulo André que se recuperam de dores nos joelhos, mas devem retornar em breve.


Para a partida contra o Avaí, nesta quarta-feira, às 21h50, no Pacaembu, o Corinthians não terá o volante Ralf, suspenso pelo terceiro cartão amarelo. Dentinho, recuperado de lesão na coxa, deverá formar dupla de ataque com Ronaldo.






02/11/2010 07h05



Multicampeão no papel e no íntimo, Tite trocaria dinheiro por estabilidade


Em entrevista exclusiva, técnico do Corinthians diz se considerar campeão brasileiro de 2005 e afirma que cargo é supervalorizado no Brasil


Por Carlos Augusto Ferrari e Leandro Canônico
Globoesporte.com
Gostaria de trocar a valorização financeira que o cargo me dá por uma estabilidade no trabalho"TiteDepois da demissão de Adilson Batista, o presidente do Corinthians, Andrés Sanches, afirmou que o próximo técnico não seria herói se conquistasse o Brasileirão nem vilão se o perdesse. Dias depois, a diretoria corintiana anunciou a contratação de Tite. Em sua apresentação, o técnico, que já havia passado pelo Timão, engoliu o discurso do mandatário. Mas o pensamento dele é diferente.


- Eu vou responder a vocês com uma pergunta que me fizeram: ‘se você for campeão brasileiro, o Mano Menezes e o Adilson Batista vão ter contribuição nisso tudo?’. E eu respondi: claro que sim. Da mesma forma que eu vou ter uma parcela de contribuição – falou o comandante da equipe alvinegra.


Ainda magoado por não ter tido sequência no Corinthians da era MSI (Tite foi demitido em fevereiro de 2005 para entrada do argentino Daniel Passarella), o treinador corintiano se considera campeão brasileiro daquele ano. Assim como se considera campeão com o São Caetano de Muricy e o Inter de Celso Roth.

- Idealizei o time que viria a ser campeão brasileiro mais tarde. Mas tem coisas que independem da sua vontade... O São Caetano campeão paulista de 2004 com o Muricy Ramalho também foi concebido por mim. No Inter campeão da Libertadores só o Tinga não foi meu jogador. Intimamente me sinto campeão nesses casos – falou o técnico, que oficialmente tem sete conquistas como treinador. São quatro campeonatos gaúchos (um da segunda divisão), uma Copa do Brasil, uma Copa Sul-Americana e uma Copa Suruga Bank.


Por outro lado, Tite acredita que atualmente o cargo de treinador no Brasil está supervalorizado. Seja para o bem ou para o mal.


- Gostaria de trocar a valorização financeira que o cargo me dá por uma estabilidade no trabalho – opinou o técnico do Timão.

Em entrevista exclusiva ao GLOBOESPORTE.COM, no CT Joaquim Grava, na última segunda-feira, Tite falou também sobre as chances de título do Corinthians, sobre o retorno de Dentinho e a esperança de contar com Jorge Henrique. Confira:

O que te levou a trocar a disputa do Mundial e a estabilidade do trabalho no Al-Wahda pela turbulência do Corinthians?
“Primeiro saber como é o Corinthians, a grandeza do Corinthians, a grandeza da torcida e a qualidade da equipe, que há dois, três meses era a mais equilibrada do Brasil. A perspectiva, o projeto e também o histórico que já tinha passado em 2004 me fizeram abrir mão do Mundial. Dirigir o Corinthians é fascinante”.



Então pesou mais o fascínio do que o dinheiro dos árabes?
“O Al-Wahda é um grande clube, porém os Emirados Árabes estão na segunda linha do futebol e o Corinthians te traz uma perspectiva maior de crescimento profissional. O contexto todo do Corinthians é muito importante”.


Alguém te chamou de louco por conta dessa decisão?


“O Corinthians é uma grande equipe e como todo grande clube precisa de resultado. Quando isso não acontece vem a turbulência, mas é algo totalmente normal. Faz parte do trabalho”.






Outro dia você disse que em 2004 assumiu o Corinthians para fugir do inferno e que agora chegou para buscar o céu. Explique melhor as diferenças entre o trabalho de seis anos atrás e o de agora, por favor.


“Em 2004, eu tinha a necessidade de reformular a equipe dentro do Campeonato Brasileiro. Se eu não fizesse isso, o Corinthians estava fadado a cair. Desde o começo eu passei isso à direção. Ou mudava ou era insucesso. Agora, em 2010, o time já tem uma estrutura, há um time consolidado, que só precisa retomar o bom momento. Acho que assim fica bem explicado: em 2004 eu tinha o objetivo de transformar um elenco e agora de retomar”.






Antes de anunciar sua contratação, o presidente Andrés Sanches disse que o treinador que assumisse o Corinthians não seria herói em caso de título muito menos vilão se não conseguisse a conquista. Você concorda?


“Eu vou responder a vocês com uma pergunta que me fizeram: ‘se você for campeão brasileiro, o Mano Menezes e o Adilson Batista vão ter contribuição nisso tudo?’. E eu respondi: claro que sim. Da mesma forma que eu vou ter uma parcela de contribuição. Mas o importante mesmo é o conjunto da obra. Essa é a verdade”.






Um técnico para ter uma real avaliação precisa de um ano de trabalho"TiteComo você encontrou o elenco do Corinthians?


“De cara eu vi que meu trabalho era de retomada da confiança. E o que te dá confiança? Resultado. E quando o resultado não vem, você tem de buscar confiança no trabalho, na personalidade, no técnico...Afora isso, tínhamos de mudar aspectos táticas. Não vou aqui dizer quais aspectos, porque eticamente não vou me permitir fazer isso. Mas uma equipe que estava havia sete jogos sem vencer e tinha tomado um monte de gols precisava de equilíbrio em alguns setores”.






De uma maneira geral, você acha que o trabalho do técnico está supervalorizado no Brasil?


“Acho, sim. Acho, sim. Acho, sim. E digo mais: as opiniões são muito rápidas. Um técnico para ter uma real avaliação precisa de um ano de trabalho, porque nesse período corrige, direciona, acerta, erra. O seu acerto às vezes é errar menos, é conhecer o grupo, ter tempo de interferência, passar por adversidades, isso conceitua o técnico”.






E qual o segredo para encarar esse imediatismo?


“Só o tempo te dá esse preparo. Eu olho para trás e vejo a bagagem que carrego de anos de trabalho. Você começa em um time pequeno, depois passa para o médio até chegar ao grande, trabalhando com jogadores como Ronaldinho Gaúcho, Zinho (ambos no Grêmio). Tudo isso te dá experiência para absorver os problemas. Mas é claro que humanamente eu sinto quando sou demitido. Gostaria de trocar a valorização financeira que o cargo me dá por uma estabilidade no trabalho. E sei que poucos chegam ao estágio que estou agora. Muito poucos”.






Como você vê a briga nessa reta final do Brasileirão?


“Ainda tem tempo. É necessário avaliar cada rodada, mas acho que vai ficar enroscado até o final. Costumam dizer que nesse campeonato cada jogo é uma decisão. E agora isso é absolutamente verdade. Cheguei ao elenco esta manhã e disse que na minha primeira rodada aqui os resultados foram todos favoráveis, já na segunda foram desfavoráveis. Perguntei: qual a moral da história? E o elenco me disse: ‘Temos de fazer a nossa parte’. É isso”.






O retorno do Dentinho pode te ajudar nessa reta final?


“Uma das possibilidades de uma equipe ser campeã é estar com todo elenco à disposição. Se conseguirmos ter todo o grupo disponível pode ser um diferencial. Agora o Dentinho, em uma faixa de segurança que não sei ainda. Depois o Jorge Henrique... E também não podemos perder ninguém. Até porque uma substituição importante durante um jogo pode ser decisiva”.






Você ainda conta com o Jorge Henrique?


“Isso está a critério da direção, mas tenho otimismo de que possa contar com ele ainda este ano. O departamento médico é que pode dizer melhor. Mas eu sou, por essência, otimista, então acredito que ele possa estar conosco”.






*O atacante teve uma ruptura em um músculo da coxa direita. A previsão inicial dos médicos alvinegro é que ele volte apenas na próxima temporada.














Tite ainda acredita na conquista do Campeonato Brasileiro (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)Qual seu momento de maior felicidade na primeira passagem?


“Antes do último jogo do Brasileirão de 2004 (vitória por 5 a 2 sobre o Figueirense). A torcida compareceu ao clube e pediu para conversar comigo. Não sabia o que era, mas quando cheguei lá duas garotinhas me entregaram camisas do clubes, um outro torcedor me deu rosas e também tinha uma faixa dizendo: ‘Tite, nós estamos contigo’. E olha que eu não era o técnico do Kia (Joorabchian)”.






Você ficou frustrado de não ter tido sequência na era MSI?


“Prefiro dizer que sinto felicidade de ter idealizado o time que viria a ser campeão brasileiro mais tarde. Tem coisas que independem da sua vontade”.






*Kia Joorabchian, braço direito do fundo de investimentos MSI, demitiu Tite em fevereiro de 2005 e colocou o argentino Daniel Passarella no cargo. Mais tarde, ele saiu e Márcio Bittencourt assumiu. Mas o técnico campeão brasileiro foi Antonio Lopes.










Deixa colocarem pressão, porque é muito bom de jogar a Libertadores"TiteEntão você se considera campeão brasileiro de 2005?


Sim, sim, sim. No meu íntimo, sim. O São Caetano campeão paulista de 2004 com o Muricy Ramalho também foi concebido por mim. No Inter campeão da Libertadores só o Tinga não foi meu jogador. Uma coisa é o retrato, outra é o sentimento. E eu intimamente me sinto campeão nesses casos”.






Especialmente por ser ano de centenário, a pressão pelo título brasileiro do Corinthians é maior. Isso atrapalha o trabalho?


“A pressão é real. Eu sei disso. Fui técnico em ano de centenário no Grêmio e no Inter. E agora sou nesse resto de centenário do Corinthians. É uma pressão normal e temos de absorver. Dizer que não existe é mentira. Há um clima para isso. Todo mundo pensa: ‘ano de centenário vai ser nosso’”.






E a obsessão que há no clube pela Libertadores, atrapalha?


“Não. Libertadores é bom. Eu tenho cinco delas, duas como atleta e três como treinador. É fascinante. Deixa colocarem pressão, porque é muito bom de jogar a Libertadores. Ela cativa e é mística no Brasil”.