6 de nov. de 2010

Corinthians banca Itaquera para abertura
Andrés Sanchez envia documento ao Comitê Paulista garantindo a construção do estádio para 65 mil pessoas, no valor de R$ 600 mi, com entrega em 2013

06 de novembro de 2010
O Corinthians decidiu bancar a abertura da Copa de 2014 em Itaquera. O presidente do clube, Andrés Sanchez, entregou ontem um documento para Francisco Luna, secretário de Estado de Economia e Planejamento e principal responsável do Comitê Paulista, manifestando de forma oficial a intenção de ter seu estádio no Mundial.

No texto, assinado pelo dirigente alvinegro e datado de 4 de novembro, ele garante que a arena cumprirá todas as exigências da Fifa para uma abertura da Copa e que terá capacidade para 65 mil pessoas. O projeto está a cargo do escritório de arquitetura Coutinho, Diegues e Cordeiro. O grande nó da questão era sobre quem pagaria a diferença no aumento da capacidade do estádio, previsto inicialmente para 48 mil espectadores. Antes, o custo era de R$ 335 milhões. Agora, a previsão orçamentária entregue pelo Corinthians é de R$ 600 milhões. O Corinthians pretende pegar o limite de financiamento do BNDES, de R$ 400 milhões, e, em relação ao restante, o próprio Andrés avisou que o clube se compromete a viabilizá-lo.

Nos bastidores do Parque São Jorge, a confiança dos cartolas é de que a Fifa possa bancar a diferença, como fez na África do Sul. Outro fator que pesa é que, após a análise da Fifa, o custo pode aumentar ou diminuir. De qualquer maneira, a cúpula alvinegra promete encontrar recursos para a obra.

Pelo projeto entregue ontem, o Corinthians terá seu estádio pronto para uso em dezembro de 2013. Com isso, a nova arena não poderá ser utilizada na Copa das Confederações, em meados do mesmo ano.

A ausência do estádio de abertura da Copa de 2014 no torneio da Fifa não deve representar nenhum problema para o Comitê Organizador do Mundial. Como exemplo, no ano passado, a Copa das Confederações da África do Sul, vencida pelo Brasil, não teve jogos no Estádio Soccer City, palco da abertura e do encerramento do Mundial de 2010 e que na época ainda estava em construção.

O Corinthians e a construtora Odebrecht, no entanto, garantiram, por escrito, que, se os processos burocráticos para se obter o alvará definitivo para o início das obras forem rápidos, esse cenário pode mudar. Com dinheiro em mãos e sem entraves com leis municipais, estaduais e federais, as obras podem começar antes do previsto e serem concluídas no tempo estipulado no primeiro projeto apresentado - começo de 2013.

Proposta na Fifa. O Corinthians decidiu formalizar a oferta do estádio como palco da abertura do Mundial após reunião entre os dirigentes do clube, a empreiteira Odebrecht - parceira no negócio - e membros do Comitê Organizador Local, ligado à Fifa e à CBF. Como o Estado antecipou, o acordo para a abertura ser em São Paulo já estava selado, mas a Fifa não daria dinheiro para o projeto. O governo do Estado, idem. E o próprio prefeito, Gilberto Kassab, garantiu que a Prefeitura também não colocaria dinheiro. Na Fifa, a informação foi recebida com alívio. A esperança agora é de que a novela sobre onde será a abertura da Copa termine nos próximos dias.





Retrospecto anima o Corinthians

Time já marcou 12 vezes contra rivais estaduais no Nacional e ainda vai escalar ataque de 11 gols contra o rival de amanhã

06 de novembro de 2010
0h 00

Sete gols no Santos (4 a 2 e 3 a 2), três no São Paulo (3 a 0) e mais dois no Palmeiras (1 a 1 e 1 a 0) em clássicos até agora no Campeonato Brasileiro. Invicto contra os rivais do estado e dono do melhor ataque da competição, com 58 gols marcados, mais do que nunca o Corinthians precisa manter o retrospecto, amanhã, para seguir firme na briga pelo título. No Morumbi, o técnico Tite terá mais de meio time que já marcou, pelo menos uma vez, diante do São Paulo. O ataque de 11 gols conta com Elias (4), Jucilei e Ronaldo (2), Chicão, Roberto Carlos e Iarley (1).

Elias, carrasco de Rogério Ceni, diz que sua estrela brilha mais diante dos rivais. No último encontro, sob os olhares de Mano Menezes, já técnico da seleção brasileira, o volante marcou duas vezes. São cinco jogos contras os tricolores e quatro gols. "Dou muito sorte contra eles, espero continuar assim nos outros jogos", disse o jogador logo após os 3 a 0 do primeiro turno. Mas agora, o discurso é de mais respeito. "Domingo (amanhã) o bicho pega", escreveu o volante-artilheiro em seu Twitter.

Na série de dez jogos sem perder do São Paulo, o Corinthians acumula quatro empates. Todos foram no palco do jogo de amanhã. Ou seja, jogando no Morumbi, a vida corintiana não tem sido fácil assim.

Lá, curiosamente quem tem motivos para festejar é Ronaldo. Seus dois gols foram na casa do oponente, primeiro numa arrancada incrível na qual ganhou de Rodrigo e encobriu Bosco - semifinal do Estadual de 2009 - e depois, no Brasileiro daquela temporada, ao "ganhar" o gol de presente em recuada errada de André Dias.

E o Fenômeno anda empolgado. Fez quatro jogos seguidos, já está com cinco gols no Nacional e mais uma vez tenta provar sua fama de "decisivo" em jogos importantes. Para melhorar, recebeu, ao lado de Roberto Carlos, a visita do grupo teen americano Jonas Brothers. Os jogadores deram camisa do clube aos cantores. Visitas ilustres antes de clássicos dão sorte ao camisa 9. Ano passado, ele recebeu o ator Hugh Grant (Wolverine) numa sexta-feira e viu o Corinthians ganhar do Santos por 1 a 0 no domingo. Ontem, após o encontro, ele fez apenas exercícios físicos. Mas não é problema.

Roberto Carlos e Chicão fizeram gol de falta diante do rival. Mas amargam enorme jejum e até apostam para ver quem cobrará as faltas amanhã, para desencantar. "Vamos apostar quem vai melhor no treino para ser o número um no clássico", disse Roberto Carlos, há quatro meses sem balançar as redes adversárias.


Jogar bem em clássicos rendeu vaga na seleção para Jucilei, que mais uma vez está em alta no clube. Para Iarley, marcar no clássico será a melhor forma de fazer as pazes com a torcida. Todos querem repetir a sorte contra o São Paulo, enquanto Dentinho e Bruno César, astros contra os outros grandes rivais paulistas, esperam entrar no time de carrascos tricolores.

"Estamos na luta pelo título e temos de ir ao Morumbi com o único pensamento em vencer. Precisamos muito destes três pontos", afirmou o camisa 10, que vem se destacando nos jogos sob o comando de Tite.

Corinthians precisa do maior acordo de "naming rights" da história





Clube precisa de R$ 33 mi por ano para bancar futuro estádio de Itaquera

A venda dos direitos sobre o nome, ou naming rights, é uma das alternativas aventadas por governos e clubes para recuperar o alto investimento nos estádios da Copa de 2014. Pouco explorado no Brasil, esse mercado ultrapassou os US$ 4 bilhões no mundo em 2009.

E também é a principal aposta do Corinthians para a construção do seu estádio em Itaquera, um dos candidatos à abertura do Mundial. A solução alvinegra, porém, pode esbarrar no valor do negócio, que terá ao menos que igualar os contratos mais vantajosos do mundo.

As obras do “Itaquerão” estão orçadas em R$ 335 milhões. Serão bancadas pela Odebrecht, que buscará empréstimo no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Para saldar a dívida com a construtora, o Corinthians conta inteiramente com a venda dos direitos sobre o nome da arena, a serem negociados por sete ou dez anos.

Se conseguir a façanha, o clube paulista vai superar os principais estádios alemães da Copa de 2006 e chegar bem próximo do maior acordo de naming rights já firmado no mundo: os times norte-americanos de beisebol New York Mets e o de basquete New Jersey Nets fecharam contrato de US$ 400 milhões em 20 anos com o Citigroup e a Barclays, respectivamente, em ligas mais lucrativas que a brasileira.

“Embora o mercado de mídia vá bem, falar de R$ 33 milhões por ano é demais”, diz Amir Somoggi, diretor da área de Esporte Total da consultoria Crowe Horwath RCS e autor de estudo sobre o tema. Para o consultor, o mais realista é pensar num prazo mais longo ou num valor anual menor, entre R$ 20 milhões e R$ 25 milhões.


Mesmo com um eventual reajuste de números, a estratégia corintiana segue o rumo certo, diz Somoggi. A análise do consultor conclui que os contratos de naming rights mais vantajosos são assinados antes da conclusão da obra e por longos períodos. Com isso, o estádio já nasce com o nome do patrocinador e os recursos capitalizam a construção da arena.

“O naming rights tem que ser assinado para 14 a 20 anos, porque dá tempo de capitalizar. É bom para o clube, porque tem garantia de receita, inclusive para a obra. E o patrocinador paga pouco por ano.”