31 de dez. de 2016

CORINTHIANS 31/12/2016



Do fim do fatiamento à integração do futsal: a base do Corinthians em 2017
Diretor da base do Corinthians há quatro meses, Fausto Bittar Filho revela seus planos para o clube em 2017.
Bruno Cassucci e Gabriel Carneiro
31 DEZ 2016 07h12 atualizado às 07h12

O Corinthians procura novos rumos desde setembro nas categorias de base e trabalha por um 2017 melhor. Quem está à frente do projeto de mudanças é Fausto Bittar Filho, diretor da base há quatro meses.


Fausto Bittar é conselheiro do Corinthians e foi diretor da pasta de esportes terrestres nos mandatos de Andrés Sanchez e Mário Gobbi. Ele ficou fora da formação original da diretoria de Roberto de Andrade para cuidar de assuntos pessoais, mas aceitou o convite para retornar por conta da forte crise política que o clube viveu neste ano. Este convite, aliás, foi feito em 1º de setembro de 2016, dia do aniversário de 106 anos do Timão.


Para o ano que vem, o novo diretor do departamento de formação tem planos definidos: dar fim ao fatiamento de direitos econômicos de jogadores da base, algo que tem sido comum nas últimas temporadas, realizar a integração dos times de futebol de campo com os meninos que atuam no salão e, principalmente, tentar colocar o Corinthians novamente no rumo certo, do ponto de vista ético e de lapidação de talentos.


- O Corinthians tem uma história sedimentada de clube formador. Somos o grande campeão da Copinha, vários atletas que estouraram no mundo do futebol vieram daqui, do famoso terrão. É uma história. Temos um pedigree, um DNA. E a torcida do Corinthians é apaixonada. Não somos melhores ou piores do que nenhum outro clube, somos diferentes. E nossa torcida é diferente também. Nossa torcida gosta dos craques, mas gosta principalmente de quem dá raça, dá o sangue. Você vê isso nos gritos das torcidas. E se você trabalha com meninos que saem da base a torcida sabe reconhecer, acarinha os atletas e dá a eles a sustentação - explica o dirigente.


Confira na entrevista a seguir os planos da direção da base do Corinthians para 2017. Ano novo, vida nova.
Como vai ser o aproveitamento dos jovens no profissional?
Em dois meses já subiram dois atletas ao profissional: Léo Jabá, Carlinhos, Rodrigo, Warian e Mantuan. Sobre aproveitamento não é uma questão que não diz respeito à base, e sim ao profissional. É uma indicação que o trabalho na base foi bem feito. Se ele vai jogar ou não é problema do técnico do profissional, porque há outros atletas lá. Agora é outra etapa da carreira deles. Talvez seja difícil para um menino de 18 anos jogar entre os mais cascudos, mas o problema é deles. Hoje há 13 jogadores oriundos da base no time de cima.


E de que maneira melhorar essa formação de jogadores?
Investimento. Estamos investindo na fisiologia, na equipe de captação e análise de desempenho, trazendo o Rodrigo Azevedo para a parte técnica e acadêmica. A vitória vem como decorrência deste trabalho.


E esta metodologia de trabalho já existe?
Até existe, mas vamos aperfeiçoar de forma mais efetiva. Vou te dar um exemplo: temos hoje um sincronismo muito bom entre a diretoria de esportes terrestres e da base em relação ao futsal. Fui diretor de esportes terrestres por seis anos durante as gestões do Andrés e do Mário Gobbi. E uma das coisas que vamos fazer a partir de janeiro é trazer as categorias menores do futsal, do sub-8 ao sub-18, para o guarda-chuva da base. Vão sair de esportes terrestres e virem para a base. Só ficam o sub-20 e o profissional. Vamos trazer para cá para podermos aumentar a quantidade de atletas e dar a eles conhecimento do treinamento em espaço curto, que é o salão, ao futebol de campo. Costumo brincar: me fale cinco atletas de futebol de todos os tempos que você mais goste. Três ou quatro deles são oriundos do futsal. Então por que não fazer um departamento único cuidando das duas modalidades? Isso fará, tanto no campo quanto no salão, que os times não se repitam. Esse pessoal está sendo formado e trabalhado. O objetivo principal é formação de atletas, e disso não abro mão.


Mas como limitar isso?
Diminuindo o número de atletas do campo e do salão, trabalhando com um número mínimo razoável que as comissões técnicas vão definir. Se o atleta não virar futebol de campo ele pode virar um atleta de futebol de salão. E se eventualmente não der certo em nenhum dos dois ele pode, com esse esporte que aprendeu a praticar, custear sua faculdade jogando. Hoje as faculdades dão uma bolsa. Se de tudo isso não der certo, como terá acompanhamento educacional, ele vai virar um profissional. Então você cuida da cidadania também. Não tenho dúvida nenhuma do sucesso disso. O plano está na nossa cabeça e vamos implementar, desenhar como vai sair. Temos parceria com a UNIP, parcerias com colégios, e podemos fazer outras. O trabalho está fadado ao sucesso, a rota está pronta.


Então a ideia é ter menos jogadores na base?
Acho importante, e vamos fazer, é trabalhar com um número ideal de jogadores. E quem vai me dizer esse número são os treinadores. Não adianta ter um monte de jogadores e não trabalhar da forma correta. Queremos que eles tenham acompanhamento, o atleta não pode ser um número. Tem que ter nome.


A parceria com o Flamengo de Guarulhos realmente vai acabar? E o que fazer com os meninos que vierem de lá?
Termina a parceria agora. Prorrogamos por um mês para a disputa da Copa São Paulo, porque lá será sede, mas termina no fim de janeiro. Terminada a Copinha eles vêm para o Corinthians e aí vemos com os técnicos Osmar Loss, o Rodrigo Azevedo, todo o departamento, quais atletas vão ficar, quais serão emprestados, quais podem ir para o profissional. Não vamos apressar nada. Estamos terminando um alojamento novo do Corinthians, uma casa que alugamos e estamos reformando para 48 jogadores, com monitores, refeições e tudo mais. Quem vier do Flamengo de Guarulhos será alojado neste novo local.


Há perspectiva de novas parcerias?
Não temos interesse mais nisso, não.

Vocês concluíram que parcerias não são um bom caminho?
Não é isso. Tanto é que teve por um bom tempo. Mas elas foram feitas em um momento em que tínhamos dificuldade de alojamento, mas hoje há a nova casa, há a construção do CT, que já possui três campos. Agora vamos começar a fazer a hotelaria, refeitório, parte administrativa e tudo mais. Vamos ficar ao lado do CT do profissional. As parcerias foram interessantes, mas agora estamos em outro momento.

Como está a utilização do CT da base? Já existe uma perspectiva de conclusão da obra?
Hoje treinam o sub-11 e sub-13 no Parque São Jorge e o sub-15, sub-17 e sub-20 no Parque São Jorge e no novo CT. Hoje falta lá apenas os prédios. E está previso para entrega em 2017. Existe um dinheiro do Profut, que já vem carimbado para esse tipo de obra, e será utilizado. A ideia é entregar tudo do meio para o fim do ano para podermos mudar a parte administrativa para lá. A mudança do Corinthians foi muito grande quando o profissional saiu da Fazendinha para o CT. Aqui é um clube social. E queremos esse upgrade.


Isso vai colaborar para uma integração efetiva da base e do profissional então?
Vamos fazer uma coordenação de preparação física, fisiologia, técnicos, nutricionistas, tudo encabeçado pelo pessoal do profissional. Os profissionais da base passarão uma semana lá com o pessoal do time de cima. Assim será com os jogadores também, cada vez mais. Essa é a proximidade efetiva. O Osmar Loss já passou um mês acompanhando treinos do Oswaldo no Brasileirão, por exemplo. São essas coisas. Na base esse processo de transição será coordenado pelo Rodrigo Azevedo.


Quanto aos contratos dos jogadores:
Eu ouvi muito sobre isso. Estou há pouco tempo, mas só atendi dois empresários até agora. Não tenho um diagnóstico preciso enquanto diretor da base do Corinthians. Mas que temos atletas com empresários, sim, temos. Empresários, advogados, representantes, enfim. Mas temos uma linha de trabalho muito tranquila: o primeiro contrato é do clube, empresário não tem participação financeira, seguimos a legislação da Fifa. Isso é muito claro, muito transparente.


O Corinthians vai exigir um mínimo de direitos econômicos nos contratos?
Igual ou menor não podemos ter. Para jogar no Corinthians a porcentagem maior precisa ser nossa. Para vir fatiado dificilmente virá. A ideia é sempre 100%. Porque jogar no Corinthians tem um valor agregado e os empresários sabem disso. É a verdade, e os familiares e representantes têm que entender. Essa é a forma como vamos administrar.

O Corinthians tem análise de desempenho, estamos tentando dar um upgrade. Fisiologia não tinha mesmo, estamos implementando. Vamos dar instrumentos, ferramentas, e eles vão ter que trabalhar. Vai ser muito legal. É um trabalho com resultados a curto, médio e longo tempo. A curto tempo teremos algumas mudanças que já estamos vendo. E a longo tempo são os meninos do sub-8 que estamos trazendo do futsal, por exemplo. Está no DNA do Corinthians ser formador. Sempre esteve.



















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