27 de mai. de 2014

"Invisível” para a Fiel, corinthiano Petros se firma e lidera desarmes no Brasileiro


"Invisível” para a Fiel, corinthiano Petros se firma e lidera desarmes no Brasileiro

EM 27 DE MAIO DE 2014 AS 09H39


Atento a estatísticas, meia ajuda a equilibrar meio-campo proposto por Mano Menezes. Nem chegada de Elias deve tirar o novato da equipe



O equilíbrio que Mano Menezes busca para o meio-campo do Corinthians passa por um nome que não tem aparecido tanto – pelo menos para a torcida alvinegra. Discreto nas sete primeiras rodadas do Campeonato Brasileiro, o meia Petros se firmou como titular por causa de uma característica fundamental para a consistência do sistema defensivo, na opinião do treinador: é ele o jogador com mais desarmes na competição.


Mesmo "invisível" para a Fiel durante os jogos, Petros foi um dos alvos de parte da torcida corintiana na série de três jogos sem vitórias no Brasileiro. A goleada por 4 a 1 sobre o Sport, neste domingo, devolveu a paz ao elenco. E deixou o meia mais folgado na liderança dos jogadores que mais desarmam no campeonato: são 25 roubadas de bola, quatro a mais do que o volante Serginho, do Criciúma. O segundo corintiano no quesito é o zagueiro Cleber, com 13 roubadas.


Com características mais defensivas, Petros sentiu na pele a cobrança. No entanto, se apega aos números para provar sua utilidade no esquema tático de Mano Menezes.


– Eu tenho uma função tática muito importante, e, às vezes, o torcedor não percebe isso. Tenho uma forma muito agressiva de marcar. Por isso, sou o maior roubador de bolas. Pouca gente sabe disso. Às vezes, as pessoas cobram muito para que eu chegue ao ataque, mas estou roubando a bola e entregando aos armadores.


Conseguir roubar a bola e ir ao ataque com a mesma consciência ninguém vai conseguir fazer – afirma o meia, de 24 anos.


O estilo “operário” e a facilidade para entender o jogo ganharam Mano Menezes. O técnico deixou Petros no banco na derrota por 1 a 0 para o Figueirense, na Arena Corinthians, justamente o jogo de marcação mais frouxa do Timão no campeonato – foram apenas cinco roubadas de bola. O meia sequer entrou no segundo tempo.


Quando voltou, contra o Atlético-PR, os números melhoraram: dez bolas roubadas. Contra o Sport, 12. O recorde veio na vitória por 2 a 0 sobre o Flamengo, na segunda rodada do Brasileirão: foram 22 bolas tomadas do adversário. Estudioso, Petros tem consciência da diferença que faz para a equipe na parte defensiva.


– Existem sites especializados que nos dão todo esse scout de jogo: passes, cabeceios, tempo e distância, por exemplo. É muito importante o jogador fazer sua autocrítica, saber onde precisa melhorar, para ter mais respaldo perante o grupo e à torcida – explicou o meia.


Petros não deve perder sua vaga quando Elias puder estrear. Na visão de Mano Menezes, o meio-campo ideal pode contar com a dupla, além de um primeiro volante – Ralf, se não for negociado durante a Copa do Mundo – e o meia Jadson mais avançado.


– As pessoas têm cobrado um pouco de mim para fazer a função do Paulinho ou do Elias, mas cada um tem sua forma de jogar. Eu não jogo da maneira como eles jogam. Não tenho nada a ver com a função do Elias – esclareceu Petros.